quarta-feira, novembro 21, 2007

Opinião: selecções fortes com bons resultados e selecções fortes com resultados menos bons!

A propósito das dificuldades que Portugal está a ter para se apurar para o Euro2008 (espero que hoje à noite tudo corra pelo melhor!), pus-me a reflectir sobre as razões que Portugal e outras selecções fortes têm tido para se qualificar, ou as dificuldades em obter bons resultados em edições de campeonatos do mundo ou da europa.

Sejamos honestos: com os adversários do grupo em que Portugal calhou, a nossa qualificação já deveria estar assegurada antes deste último jogo com a Finlândia. Relacionado com este tema deixo a pergunta que vou tentar responder de seguida: "Porque é que grandes selecções têm sistemáticamente resultados aquém dos esperados em grandes competições?" (ex.: Espanha, Inglaterra, Holanda, Argentina).

Como se pode ver, não coloquei Portugal nos exemplos mencionados porque até à altura desta fase de qualificação achei que Portugal praticava este "pequeno segredo" para o sucesso. Durante a fase de qualificação deixaram de o implementar com a quebra de resultados verificados.
E que segredo é esse? Na minha opinião é simples: haver a equipa de Portugal e não a selecção de Portugal!Passo a explicar: durante muitos anos (principalmente com Humberto Coelho e Scolari), os atletas seleccionados ao longo de toda a campanha representavam um grupo pouco numeroso (parecido com um plantel) e no qual era difícil entrar - mesmo que alguns atletas "extra" fizessem um par de bons jogos nos campeonatos nacionais (daí também uma das razões dos jogadores de equipas fora "3-grandes" terem mais dificuldade em serem seleccionados). Lembro-me de este facto ser causa de crítica constante de comentadores e adeptos. Apesar de ser compreensível a opinião contrária, gostava quando os seleccionadores não davam o braço a torcer - salvaguardando assim um grupo em detrimento de alguns jogadores (caso Baía à parte, que ainda hoje nunca foi devidamente explicado e que poderá não se encaixar no que estou a justificar). Lembro-me de a Inglaterra convocar o Theo Walcott sem um único jogo na Premier League, ou de ver laterais/médios espanhóis serem titulares na primeira internacionalização (del Horno, Sergio, Albelda, ...) , ou de quantos novos Maradonas não teve a Argentina que após 2-3 jogos se eclipsavam (Ortega, Milito,...), etc. Ora o que os selecionadores desses países queriam era ver resultados imediatos, e diga-se que o conseguiam em muitos casos (entenda-se jogos), mas quando chegavam as competições finais algo corria mal! Portugal não era assim - o onze estava quase sempre definido, e as alterações eram pontuais! Era difícil ser selecionado não pertencendo a um núcleo base. Os novos que entravam passavam por um processo de aprendizagem: selecções jovens, selecção "B", "AA"; treinos - bancada - suplente - titular - responsabilidades em campo (marcação de livres, penalties) - capitão. Nesta fase de qualificação este processo perdeu-se (também por causa de inúmeras lesões, diga-se) mas custa-me ver a ascenção tão rápida de jogadores como Miguel Veloso, Bruno Alves, Bosingwa, Makukula, Nani, etc (atenção que não estou a pôr em causa o valor destes jogadores). Mas em determinada altura foram preteridos Fernando Meira, Jorge Andrade, Tiago do núcleo-base.

O importante a meu ver é a constiuição de um grupo e não o alinhamento do melhor 11 em cada momento!

Para finalizar quero apenas desejar boa sorte à equipa de Portugal!

E como para o Euro só falta o jogo de hoje, o que tem acontecido para um jogo deve dar! ;)

3 comentários:

Mákina disse...

Bem. O que posso dizer? Concordo ctg. Foram várias as ascensões sem nenhum motivo forte, é verdade. Em todo o caso, gostava de dizer que tb acho q os jogadores a nível interno devem ter algum entrosamento. Ver uma selecção, em que cada jogador joga numa equipa aí espalhada pela europa, custa. Eles poucos treinos têm em conjunto. Se se pegasse num núcleo base, como foi no europeu de Portugal, o caso do núcleo do F.C.Porto (Ric. Carvalho, Paulo Ferreira, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Deco) (Não lembro mais, deveriam ser estes, apenas) seria sempre muito mais fácil trabalhar. Sei que neste momento não é fácil encontrar isso em nenhum plantel, mas era um esforço.
De um modo geral, concordo contigo Dani.
Ficam aqui as duas ideias para um bom conjunto.

daniel disse...

Vais bisar hoje Serginho: concordei 2 vezes contigo! :)
Um núcleo duro proveniente de um clube também ajuda (esqueceste do Postiga! ;) )
Abraço

Anónimo disse...

Concordo com algumas situações com outras não concordo.
Concordo que a selecção deve ser um núcleo de jogadores relativamente restrito, onde só netram os melhores, por exemplo na qualificação para o euro 2000 o humberto coelho só utilizou 23 jogadores(plantel), agora scolari utilizou 36(mt coisa). Eu acho que devem jogar os jogadores k estiverem em melhor forma, independentemente do número de internacionalizações k tiverem, mas é óbvio se se puder aproveitar um núcleo de jogadores formados ou a jogarem num só clube tanto melhor. Exemplo do Scolari no euro 2004 em k aproveitou mts dos campeões europeus pelo FCP. R.Carvalho, P.Ferreira, Deco, Maniche, Costinha e o POstiga em parte. Tenho dito. LOL. abraço.